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Estado é um dos líderes NO ramo DE geração distribuída

O termo é dado à energia elétrica gerada no local

Publicado quinta-feira, 25 de abril de 2024 às 05:30 h | Autor: Claudia Lessa
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A Geração Distribuída – termo dado à energia elétrica gerada no local de consumo ou próximo a ele, sendo válida para diversas fontes de energia renováveis – se destaca na Bahia por ser um dos estados líderes no segmento. São 141,2 mil geradores de energia instalados, totalizando uma potência de mais de 1,2 gigawatts em operação, conforme dados da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), entidade criada em 2015 para defender as demandas de companhias dedicadas à microgeração e minigeração de energia elétrica a partir de fontes limpas e renováveis, contando, hoje, com mais de mil empresas associadas.

O presidente da ABGD, Carlos Evangelista, destaca que o setor está contribuindo para a criação de milhares de empregos em todo o país, incluindo a Bahia. “Estimativas recentes sugerem que a Geração Distribuída já gera, somente em território baiano, mais de 31 mil empregos, sendo que uma parcela significativa desses es tá relacionada a empregos qualificados”. A transição energética, complementa, desempenha “um papel fundamental” na transformação das cidades, as tornando mais sustentáveis e eficientes.

“A Geração Distribuída, juntamente com outras fontes de energias renováveis, como solar fotovoltaica, biomassa, biogás, RSU, hidrogênio verde e pequenas centrais hidráulicas, junto a tecnologias inteligentes, está possibilitando a criação de redes elétricas mais resilientes e descentralizadas. Além disso, está promovendo a adoção de sistemas de armazenamento de energia e soluções de mobilidade elétrica, contribuindo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorar a qualidade de vida nas áreas urbanas”, analisa.

Veículos elétricos

Com a chegada da mobilidade elétrica, o presidente da ABGD, Carlos Evangelista, afirma que se espera “um crescimento exponencial” no setor de energia. “A transição para veículos elétricos está impulsionando a demanda por infraestrutura de recarga, aumentando a necessidade de geração distribuída e armazenamento de energia. Espera-se que essa tendência estimule ainda mais o desenvolvimento do setor de energias renováveis e crie novas oportunidades de negócios em toda a cadeia de valor”.

Apesar dos avanços significativos, considera Evangelista, o setor de energias renováveis ainda enfrenta desafios importantes. “Questões como dependência de políticas de incentivos; infraestrutura de distribuição inadequada; entraves burocráticos; e dificuldades criadas por algumas distribuidoras de energia para dar acesso à rede (ponto de conexão) podem dificultar o crescimento do setor. Além disso, a integração eficiente de fontes intermitentes, como a solar, por exemplo, à rede elétrica, continua sendo um desafio técnico a ser superado”, considera.

Potencial para hidrogênio verde faz da Bahia uma referência global

As potencialidades para a produção de hidrogênio verde na Bahia – cujos recursos renováveis para sua geração foram mapeados no primeiro Atlas de Hidrogênio Verde do Mundo – consolidam o estado como referência global no setor de energias limpas. O documento, lançado no ano passado pelo governo estadual, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes, conta com a parceria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), através do Senai-Cimatec.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento do Estado (SDE), o Atlas de Hidrogênio Verde é “um passo significativo para o desenvolvimento sustentável, posicionando a Bahia como um líder na transição para uma economia de baixo carbono, abrindo portas para investimentos verdes e oportunidades de emprego na região”. A iniciativa, ainda segundo a SDE, reforça o compromisso da Bahia em mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover soluções inovadoras para um futuro mais sustentável. Durante a COP-28, inclusive, foi anunciado o projeto da Acelen Renováveis para a produção de Combustível Sustentável de Sustentável de Aviação (SAF) e diesel renovável, a partir da macaúba, em um investimento de mais de US$ 2,5 bilhões.

A Fieb tem atuado junto ao Governo do Estado para a formatação do Plano Estadual para a Economia do Hidrogênio Verde, desde 2022. “Trabalhamos, também, para a edição de novos instrumentos, que serão necessários para viabilizar a promoção de energias de baixo carbono, como eólica, solar, biomassa e biocombustíveis”, ressalta o superintendente da Fieb, Vladson Menezes. Essas ações, explica, “visam o efetivo aproveitamento das potencialidades da Bahia como produtor de energias renováveis, dando estabilidade e atraindo novos investimentos”.

Gigante multinacional de energia, a Voltalia Energia é responsável por um projeto, na Bahia, para a produção de hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro. A proposta é focada na descarbonização das indústrias siderúrgicas do estado, conforme a gerência de Projetos de Hidrogênio da empresa. Outros planos da Voltalia em solo baiano foram anunciados em julho do ano passado, com um investimento de R$ 1,5 bilhão na construção de usina eólica no município de São Gabriel. Antes, em 2020, a companhia havia assinado o primeiro protocolo de intenções com o Governo da Bahia para o desenvolvimento de duas usinas eólicas em Canudos, que conta com capacidade instalada de 99 MW. A empresa francesa obteve permissões e, em 2021, começou a construir o complexo eólico composto por 28 turbinas, com capacidade para produzir 99,4 megawatts na cidade do norte baiano, o equivalente ao abastecimento de mais de 200 mil famílias brasileiras.

Confira o Caderno Municípios:

>>>A transição energética na transformação das cidades

>>>Energia limpa impacta economias regionais

>>>O LabSolar

>>>Incentivos fiscais facilitam a instalação de usinas renováveis

>>>Crescimento da energia limpa

>>>Pan American Energy conclui obras de complexo eólico

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