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Primeiro trimestre de 2024 bate recorde para o agronegócio

Série histórica, foram criadas 26 novas rotas comerciais em 18 países diferentes

Publicado terça-feira, 23 de abril de 2024 às 08:37 h | Autor: João Vítor Sena*
As aberturas deste ano já contemplam todos os continentes
As aberturas deste ano já contemplam todos os continentes -

O primeiro trimestre de 2024 é o mais bem-sucedido da série histórica em termos de abertura de novos mercados internacionais para o agronegócio brasileiro, com 26 novas rotas comerciais estabelecidas em 18 países diferentes, segundo levantamento feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Os dados do Mapa indicam que, em março, foram abertos 10 novos mercados em sete países; em fevereiro, sete mercados em seis países; e, em janeiro, nove mercados em cinco países. O ministério também aponta que expansões comerciais com proporções parecidas com a deste trimestre só ocorreram em 2021, quando foram abertos 20 mercados em 9 países.

As aberturas deste ano já contemplam todos os continentes, incluindo países como África do Sul, Botsuana, Egito, Omã e Zâmbia na África; Árabia Saudita, Filipinas, índia, Paquistão e Singapura na Ásia; Grã-Bretanha e Rússia na Europa; Austrália na Oceania; por fim, Canadá, Costa Rica, El Salvador, Estados Unidos e México nas Américas.

No entanto, a abertura de novos setores internacionais ocorre desde o início do ano passado, quando foram alcançadas outras 78 parcerias comerciais com o exterior. “Foram mais de vinte missões comerciais e bilaterais que surtiram efeito ao longo do ano. Fomos chegando em números recordes a cada mês”, conta Julio Ramos, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

De carne até embrião

Os registros das aberturas não contemplam apenas a venda de produtos tradicionais dos quais o Brasil já é um grande exportador, como carnes e complexo soja, mas de diversos produtos agropecuários, como pescados; sementes; gelatina e colágeno; ovos; produtos de reciclagem animal; açaí em pó; café verde; e embriões e sêmens.

Ramos ainda conta que as expectativas são positivas para novas aberturas com o exterior nos próximos meses e que o Mapa tentará diversificar ainda mais nos produtos comercializados. “O Brasil está preparado para tudo. Nós temos oportunidade de diversificar nossa produção, e é isso que o mundo quer. O mundo não quer apenas um produto, mas sim que o Brasil possa, cada vez mais com sua expertise e experiência, diversificar (nos produtos)”, pontua.

“Podemos falar que, entre aberturas e ampliações de mercado, tivemos mais de 15. E algumas de extrema importância para o nosso país”, afirma Luis Rua, diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ele ainda cita que as aberturas envolveram países que são importadores assíduos de produtos Halal, como a Argélia, que só aceitam alimentos preparados em acordo com os valores da religião islâmica.

Ele ainda pontua que o reconhecimento “pré-listing” garantido ao Mapa por alguns países também é uma vitória para o setor, já que reconhece a qualidade do controle sanitário nacional e permite que a exportação para outros países flua mais facilmente. “É o caso das Filipinas, Egito, Chile, Singapura e Egito, tanto para aves quanto para suínos. Conseguimos também ampliar o mercado para o México, o segundo maior importador de carne suína”, relata Luís Rua.

Edson Brok, diretor técnico da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) comenta que a associação também vê as aberturas como positivas, já que outros países não têm atendido o mercado internacional. “Só falta consolidar a nossa fruta como uma opção melhor e garantida por causa devido ao nosso clima e às nossas diferenças regionais”, pontua.

O secretário-adjunto do Mapa ainda pontua que essas aberturas de mercado têm impacto positivo no fortalecimento das comunidades e produtores rurais. “Quando a gente fala de agricultura, não estamos falando só do campo, estamos falando de cultura logística e prestação de serviços, seja do frentista do posto que vai abastecer o trator, seja do caminhoneiro que vai levar os produtos para o porto ou para o consumo. A agricultura, hoje, é transversal”, comenta.

*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló

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