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Papa melhora e pode receber alta neste sábado

Pontífice deve participar das celebrações da Páscoa, mas presença na missa do Domingo de Ramos ainda é incerta

Publicado sexta-feira, 31 de março de 2023 às 08:24 h | Autor: AFP
Vaticano já havia anunciado que Jorge Bergoglio estava melhorando e havia retornado ao trabalho
Vaticano já havia anunciado que Jorge Bergoglio estava melhorando e havia retornado ao trabalho -

A saúde do papa Francisco, hospitalizado em Roma por uma bronquite, está melhor e o pontífice pode receber alta no sábado, o que permitirá sua participação nas celebrações da Páscoa, afirmou nesta sexta-feira, 31, o decano dos cardeais do Vaticano.

O pontífice argentino, 86 anos, passou uma segunda noite "tranquila" no hospital Gemelli, onde foi internado na quarta-feira e recebe tratamento com antibiótico contra uma bronquite infecciosa, afirmaram fontes do Vaticano.

Na quinta-feira à noite, a equipe médica se mostrou tranquilizadora ao comentar o estado de saúde do papa.

O tratamento antibiótico "produziu os efeitos esperados" e o líder da Igreja Católica pode receber alta nos "próximos dias", afirmou o boletim médico.

O Vaticano já havia anunciado que Jorge Bergoglio estava melhorando e havia retornado ao trabalho.

A participação de Francisco nos eventos da Semana Santa, no entanto, ainda é incerta, a começar pela missa do Domingo de Ramos, no dia 2 de abril, que marca o início das celebrações da Páscoa.

O cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, declarou a uma agência de notícias italiana que o papa receberá alta no sábado e terá condições de presidir os ritos da Semana Santa.

"Com base nas informações que tenho, o papa deixará o Gemelli amanhã (sábado) e presidirá todos os ritos da Semana Santa", disse.

Até o momento, a notícia não foi confirmada nem desmentida por fontes oficiais.

O pontífice, que tem problemas crônicos de saúde e utiliza uma cadeira de rodas devido às dores em um joelho, está hospitalizado no quarto particular reservado aos pontífices no 10º andar do hospital universitário Gemelli, onde João Paulo II foi internado diversas vezes durante seu papado.

Francisco foi submetido na quarta-feira a exames médicos, depois de enfrentar "dificuldades respiratórias" nos dias anteriores". Os exames mostraram uma infecção respiratória, que forçou a internação, informou um porta-voz da Santa Sé.

No Twitter, o pontífice afirmou na quinta-feira que estava "comovido com as muitas mensagens recebidas" e agradeceu pela "proximidade e oração".

Entre as mensagens enviadas nas últimas horas está a do presidente americano Joe Biden, que é católico, e de sua esposa Jill.

"Jill e eu mantemos o papa Francisco em nossas orações e enviamos nossos melhores votos para sua rápida e completa recuperação", escreveu Biden no Twitter. "O mundo precisa do papa Francisco", acrescentou.

Medo

"Espero que se recupere muito rápido e possa celebrar a Páscoa aqui, na praça de São Pedro", declarou à AFP Tina Montalbano, guia turística italiana de 60 anos.

"O medo sempre existe, mas parece que está tudo bem no momento", acrescentou.

A hospitalização pegou a opinião pública de surpresa porque na quarta-feira o pontífice participou de maneira normal na tradicional audiência geral na praça de São Pedro, durante a qual permaneceu sorridente e acenou para os fiéis do "papamóvel".

O pontífice argentino permaneceu internado por vários dias no hospital Gemelli, em julho 2021 para uma cirurgia no cólon. Francisco afirmou que a operação deixou "sequelas" devido à anestesia, e, por isso, ele descartou se submeter a uma nova intervenção no joelho. 

Os problemas médicos o obrigaram a cancelar várias audiências em 2022 e a adiar uma viagem à África, o que levantou questionamentos sobre uma possível renúncia. 

O líder da Igreja Católica sempre deixou em aberto a possibilidade de seguir o exemplo do antecessor, Bento XVI, que renunciou ao cargo em 2013.

Mas suas mensagens sobre o tema são ambivalentes.

Em julho de 2022, ele disse que poderia "afastar-se", mas em fevereiro afirmou que a renúncia de um papa "não deveria se tornar uma moda" e que a ideia "não estava em sua agenda no momento".

O pontífice é atendido com frequência por uma equipe de médicos e enfermeiros, no Vaticano ou durante suas viagens. A medida é necessária devido a sua idade e ao seu histórico médico. Aos 21 anos, Francisco esteve à beira da morte por uma pleurisia e sofreu uma retirada parcial de um dos pulmões.

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