MUNDO
Evo Morales avança na nacionalização das telecomunicações na Bolívia

Por Agência AFP
O governo boliviano, que na véspera assumiu o controle de 47% das ações da Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), administradas por dois fundos de pensão, vai adquirir agora os 50% que estão nas mãos da italiana Telecom, em seu propósito de nacionalizar o setor.
O governo ordenou na segunda-feira que dois fundos privados de pensão entregassem ao Estado suas ações da Entel (47%), no primeiro passo para nacionalizar o setor, privatizado em 1996. Os 3% restantes estão nas mãos de funcionários da Entel.
Já existe inclusive o nome da nova empresa estatal, Entelbo, revelou hoje o ministro da Fazenda, Luis Arce.
"Estas ações são ações do povo boliviano, nossas, e agora estão retornando das mãos dos administradores dos fundos de pensão para as mãos do ministério de Obras Públicas, que será o titular (temporário) destes papéis" até a constituição da nova estatal, explicou Arce.
As ações estavam em poder dos fundos AFP-Futuro Bolivia (da suíça Zurich Financial Services) e da AFP-Previsiones (do grupo espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria - BBVA). O processo de transferência das ações ao Estado é similar ao empregado pelo governo de Evo Morales na nacionalização dos hidrocarbonetos, em maio de 2006.
Segundo o vice-presidente Alvaro García, o Estado boliviano vai recuperar 100% das ações "e a rentabilidade ficará nas mãos dos bolivianos para alavancar o setor de telecomunicações, ampliar outros setores e apoiar mais atividades produtivas na Bolívia".
Em 3 de abril passado, o presidente Morales nomeou uma comissão ministerial para negociar com a Telecom e recuperar as ações até o dia 2 de maio próximo.
A comissão é integrada por três ministros e dois vice-ministros e estima-se que a operação de compra das ações vai envolver cerca de 600 milhões de dólares.
A companhia italiana Stet, adquirida pela Telecom, comprou 50% das ações da Entel-Bolivia por 610 milhões de dólares em 1996.
Sob a administração italiana, a Entel é uma das companhias de melhor desempenho na Bolívia, com lucro líquido médio anual de 40 milhões de dólares.
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