Os sorvetes do Solar Amado Bahia
Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada. Valia 13 milhões, mas estava tão deteriorada que ninguém quis comprar. Acabou indo a leilão e foi arrematada por R$ 1,5 milhão pelo empresário Natanael Couto, proprietário da franquia Sorvetes Real. Falamos do Solar Amado Bahia, um casarão na orla da Ribeira, construído em 1904 pelo comerciante Francisco Amado Bahia.
A casa, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), esteve fechada de 1993 até ser comprada, no final de 2017. Por um tempo, foi habitada por pessoas em situação de rua, e parte do acervo, como lustres e móveis, foi saqueado. Ao comprar o imóvel, o objetivo de Natanael era construir uma sorveteria dentro do casarão, mas o Iphan não deixou. A solução foi montar o negócio atrás e restaurar a casa para receber visitas, que pagam R$ 10 para entrar. A restauração, toda feita sob as normas do Iphan, levou R$ 700 mil do empresário.
No primeiro andar funciona o Museu do Sorvete, que expõe sorveteiras antigas e conta a história da sobremesa. É pequenininho e não chega a ser um museu, mas vale o passeio. No andar de cima, a casa foi remontada para lembrar o século passado. “O segundo andar foi o mais fácil de restaurar, porque tinha um boato de que era mal-assombrado... Os moradores de rua tinham medo de subir, então ficou mais inteira”, conta a guia que nos acompanhou.
Depois do passeio, dá mesmo vontade de tomar sorvete. Uma bola custa R$ 8, duas saem por R$ 15. São 56 sabores. O picolé custa R$ 2,50 e as paletas, R$ 10. Para comer, tem beiju, que vai de R$ 10 a R$ 16.
Solar Amado Bahia: Rua Porto dos Tainheiros, 80, Ribeira. Tel.: (71) 3023-5953. De terça a domingo, das 10h às 19h (a sorveteria fecha às 21h).
Destaque: Tomar sorvete depois – ou antes, por que não? – do passeio é altamente recomendado. As porções são grandes, tanto que até cansa, e o sorvete não derrete. Não precisa correr para tomar rápido.