Empresas buscam driblar a crise | A TARDE
Atarde > Caderno Imobiliário

Empresas buscam driblar a crise

Publicado sábado, 25 de março de 2017 às 10:17 h | Atualizado em 25/03/2017, 12:32 | Autor: Gilson Jorge
As construtoras Civil e Barcino apostam em um empreendimento temático, o Residencial Jazz, que terá um espaço gourmet onde o tom será dado pela música
As construtoras Civil e Barcino apostam em um empreendimento temático, o Residencial Jazz, que terá um espaço gourmet onde o tom será dado pela música -

O grafite sobre um muro pintado de preto na Avenida Princesa Izabel, Barra, feito em outubro de 2016, sugeria a instalação de uma casa noturna. Mas o casarão onde funcionava a Valdemar Calçados é a aposta das construtoras Civil

e Barcino para o Residencial Jazz, que marca o início da parceria estratégica entre as duas empresas em empreendimentos temáticos.

A associação entre construtoras é uma das estratégias que o mercado encontrou para melhorar os resultados financeiros. Empresas que têm apartamentos devolvidos em estoque estão apostando em feirões para aumentar a receita. E, para evitar essas devoluções e a inadimplência, alguns executivos estão apostando em entrevistas com os candidatos à compra para se certificar de que os interessados têm o perfil do empreendimento.

“Nosso índice de inadimplência é zero. Tivemos um caso pontual de 20 dias de atraso em uma mensalidade”, afirma o espanhol Rubén Escartín, sócio-presidente da Prima Empreendimentos, que se encarrega pessoalmente de conversar com os clientes, juntamente com o diretor-executivo da empresa, Luciano Lopes.

A Prima orgulha-se de ter comercializado bem ao longo do ano passado as unidades do Horto Barcelona, em construção, enquanto a maioria das incorporadoras queixava-se de queda nas vendas. “Apostamos em três coisas: localização, projeto e preço”, afirma Escartín.

O valor do metro quadrado no Horto Florestal foi orçado em R$ 7.879 no último mês de janeiro pelo site vivareal.com.br. Mas o grupo decidiu comercializar o imóvel, em média, por menos de R$ 7 mil. Uma estratégia possível porque o grupo de origem espanhola, fundado em 2006, usa suas poucas obras em Salvador como vitrine para sua aposta original, o Plano Baixio, ambicioso projeto turístico e hoteleiro no litoral norte. Mas a empresa, que cuida das obras do Hotel Fasano, na Praça Castro Alves, vai anunciar o lançamento de um novo empreendimento em Salvador ainda neste semestre.

Feirões de imóveis

O aumento do desemprego e do endividamento das famílias levou à devolução, nos últimos meses, de apartamentos financiados, especialmente pela classe média. “Tivemos um imóvel de alto padrão devolvido, mas isso aconteceu mais com imóveis na faixa entre R$ 200 mil e R$ 300 mil”, afirmou a supervisora comercial da Moura Dubeux, Manuella Nabuco.

A empresa realiza até 31 de março o Zera Estoque, na sua central de vendas, no Edifício Empresarial ITC, no bairro do Costa Azul. A empresa está oferecendo 15% de desconto e ITIV grátis para imóveis comercializados durante o evento.

Os empreendimentos com unidades disponíveis para evento são o Parque Iguatemi, com dois quartos e suíte, e o Singullare Iguatemi, em construção, que terá dois quartos com suíte. Além do Mansão Caymmi, de três suítes com sala ampliada, no Caminho das Árvores, e o próprio International Trade Center Salvador, que tem salas a partir de 37 metros quadrados.

O Grupo Civil e a Barcino Esteve tinham a possibilidade de lançar um empreendimento cada este ano. Decidiram se unir e lançar juntos dois projetos. O primeiro será anunciado formalmente no mês que vem. O Residencial Jazz tem projeto assinado por Antonio Caramelo e pretende reproduzir nas áreas comuns ambientes que remetam a cidades dos Estados Unidos, como Nova Orleans, Chicago e Nova Iorque. Foi nesta última que, em 1917, registrou-se a gravação do primeiro disco da Original Dixieland Jazz Band.

“Serão 64 apartamentos. com prédio de R$ 430 mil”, explica o vice-presidente da Civil, Rafael Valente, para quem as áreas do condomínio, como a Praça Armstrong, vão funcionar como uma extensão dos apartamentos. O prédio terá ainda um espaço em homenagem à Valdemar Calçados, que agora funciona na Pituba.

Publicações relacionadas