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Bahia já registrou 86 incêndios em áreas residenciais este ano

Manutenção no sistema elétrico ajuda a evitar as ocorrências, ressaltam os especialistas do setor

Publicado sábado, 06 de abril de 2024 às 10:00 h | Autor: Dianderson Pereira*
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As panes elétricas, resultantes de chuvas ou surtos elétricos, representam ameaças às residências, sendo a falta de manutenção um fator de risco. Para prevenir contra incêndios por falhas elétricas, é importante estar atento aos sinais de alertas que incluem o superaquecimento de tomadas/interruptores, oscilação das luzes, faíscas e zumbidos em dispositivos elétricos devido a fiação danificada. Segundo informações do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA), somente em 2024 já foram notificadas 86 ocorrências de incêndios em áreas residenciais (casas/apartamentos) no estado (os dados não determinam as causas).

De acordo com o tenente-coronel BM (Bombeiro Militar) Marcos Moreira, é preciso tomar cuidado e se prevenir ao perceber os sinais que são apresentados na eletricidade. Quando as tomadas ou interruptores estão anormalmente quentes, podem indicar sobrecarga ou mau contato e luzes piscando sugerem problemas na fiação.

“Qualquer faísca visível ou arco elétrico em torno de tomadas, interruptores ou aparelhos elétricos é um sinal claro de problemas elétricos que devem ser resolvidos imediatamente, assim como qualquer fiação exposta ou danificada representa um risco significativo de incêndio e deve ser corrigida imediatamente”, complementa Moreira.

Para Vinicius Gonçalves, engenheiro eletricista e segurança do trabalho, uma das causas principais de uma pane elétrica também pode ser a falta de manutenção e sobrecargas, principalmente em condomínios antigos em que não passam por uma adequação às normas vigentes. “Hoje temos muitos equipamentos que devem ser ligados em circuitos individuais, mas por falta de conhecimento do morador e síndico os mesmos terminam sendo ligados em qualquer circuito provocando uma sobrecarga que eleva a princípio de incêndio”, destaca Gonçalves.

Vinicius ainda comenta que a manutenção precisa ser periódica, pois somente com ela é possível identificar algum desgaste na rede elétrica. Essa manutenção deve ser realizada por profissionais habilitados.

“Podemos citar a falta da manutenção nos sistemas do para-raios, onde fica localizado no terraço e termina ficando esquecido, normalmente os condomínios só procuram a manutenção após notificação do Corpo de Bombeiros e em muitos casos se entregam a propostas abaixo do mercado por profissionais que não entendem do assunto”, comenta o engenheiro.

O eletricista Gabriel Rodrigues ressalta a importância de não esperar dar pane ou problema na eletricidade do condomínio, mas sempre buscar fazer manutenção. “É preciso fazer uma análise técnica de manutenção preventiva. Para isso, é utilizada a norma NBR 5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão) para verificar se a fiação, os disjuntores e os demais dispositivos elétricos estão compatíveis com a norma. Caso não esteja, é preciso fazer essa adequação, a manutenção preventiva, para que não tenha problemas futuros’.

Itens de proteção

O síndico profissional Osvaldo José Pereira menciona que a preocupação existente nos condomínios é em não sobrecarregar com instalações inadequadas e reforça a importância de alertar aos moradores sobre os cuidados com a eletricidade no condomínio. “A gente aconselha a todo morador que vai viajar, fazer uma viagem longa, desligar o disjuntor. Se deixar a geladeira vazia, se for o caso, o gás e a água, porque se houver algum vazamento de água pode também acontecer um curto-circuito”, diz.

Para manter a proteção dos aparelhos eletrônicos durante o seu uso, é importante a instalação de equipamentos que previnam incidentes. Esses equipamentos desempenham um papel importante em situações como falhas no sistema ou descargas elétricas, canalizando correntes indesejadas para o aterramento e prevenindo sua entrada em áreas protegidas.

Vinicius Gonçalves destaca que é importante ter a proteção dos equipamentos por meio do Dispositivo Residual (DR). Além disso, ter aterramento e instalação de Dispositivo Contra Surto (DPS) e sua manutenção é importante para manter o condomínio em segurança.

“É importante ter um DR para que haja proteção contra choque e hoje a maioria das residências não possuem. Já o DPS, quando ocorre uma falha no sistema ou a incidência de um raio na rede elétrica, este dispositivo drena estas correntes indesejadas para o aterramento evitando a entrada para as áreas protegidas”, fala Gonçalves.

Em caso de incêndio, o Corpo de Bombeiros orienta acionar o alarme de incêndio, ligar para o Corpo de Bombeiros e evacuar o prédio pelas rotas de fuga designadas. Além disso, fechar as portas, desligar a eletricidade e usar extintores de incêndio corretos em fase inicial são passos importantes.

“Ao sair de um cômodo em chamas, feche as portas atrás de você para ajudar a conter a propagação do fogo e da fumaça. Uma vez que você tenha evacuado o prédio, não volte para dentro por qualquer motivo. Deixe que os bombeiros lidem com o incêndio e sigam as instruções das autoridades”, fala coronel Moreira, que enfatiza a necessidade de todos os moradores e funcionários do condomínio estejam familiarizados com esses procedimentos para casos de emergências.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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