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Ser boa empregadora agrega valor à marca

Publicado domingo, 18 de março de 2018 às 10:23 h | Autor: Gabriela Medrado*
Instrumentos musicais ajudam a tornar a editora Sanar um ambiente em que os funcionários trabalham e também se divertem
Instrumentos musicais ajudam a tornar a editora Sanar um ambiente em que os funcionários trabalham e também se divertem -

Fortalecer a marca da empresa, divulgando seus valores e missão, é importante para qualquer negócio. Mas o que muitos empreendedores não sabem é que nem sempre os compradores ou clientes em potencial são o único público-alvo para essas ações.

O chamado “employer branding” trata de gerir a marca da empresa para divulgá-la como uma boa empregadora. A ideia é atrair novos talentos e futuros funcionários e parceiros, mostrando a empresa como um bom lugar para se trabalhar.

Segundo o diretor nacional da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Mário Ernesto Humberg, o conceito de “employer branding” surgiu no exterior e começou a ser adotado no Brasil nos últimos anos, predominantemente por grandes empresas. “Nesse momento de recuperação da economia, as empresas estão voltando a contratar, e o funcionário vai escolher aquela que tem a melhor imagem como empregadora”, conta.

O público mais procurado pelas empresas na hora e alcançar os possíveis futuros funcionários são os estudantes e recém-formados, um público jovem e relativamente mais acessível.

“As organizações estão cada vez mais indo fazer parte da vida acadêmica dos alunos já na faculdade, realizando palestras, patrocinando eventos, participando de feiras de carreiras e até fazendo etapas dos processos seletivos dentro da faculdade”, conta Beatriz Maria Braga, professora da Faculdade de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo e pesquisadora de employer branding.

Segundo a professora, as ações para se aproximar dos possíveis candidatos dependem de uma boa pesquisa sobre os perfis específicos que a empresa procura. É preciso levar em consideração o nível de qualificação preferido, a cultura da empresa e até mesmo o que poderá ser oferecido em termos de salário e possibilidades de crescimento e desenvolvimento.

Além de mirar no público certo, é preciso criar nos possíveis candidatos uma expectativa possível de ser cumprida. As redes sociais, além de sites especializados, como o Love Mondays, possibilitam que funcionários atuais e antigos possam compartilhar sua opinião sobre os locais de trabalho. “Não adianta divulgar uma imagem que não é praticada”, aconselha Beatriz.

Ambiente convidativo

Na editora Sanar, a divulgação da cultura da empresa é uma parte importante do employer branding. O negócio já surgiu com uma proposta de ambiente descontraído, em que os funcionários se divertem no trabalho. “Passamos muito tempo juntos todos os dias, então queremos nos divertir no caminho, fazer do trabalho uma experiência de vida”, conta Érica Vasconcelos, coordenadora de pessoas da empresa.

Além de seus perfis institucionais nas redes sociais, a editora criou no Facebook e no Instagram a Talentos Sanar, onde compartilha momentos do dia a dia na empresa. Os funcionários aparecem tocando instrumentos musicais que ficam no escritório, fantasiados e em happy hours frequentes.

“Também fazemos eventos e workshops abertos para o público externo, normalmente com algum colega mostrando uma habilidade, e contamos como é trabalhar aqui”, explica Érica. Para possibilitar o ambiente dinâmico, o diálogo com os colaboradores, desde a seleção, e uma cultura de comunicação e microfeedbacks entre os colegas foram essenciais, além de encontros frequentes com os sócios.

“Ter um diálogo adequado com os funcionários hoje é cada vez mais importante. Não se pode impor uma cultura da empresa de cima para baixo. É preciso escutar os colaboradores e verificar quais são os valores realmente praticados”, ensina Humberg.

A satisfação do funcionário, portanto, é essencial para o trabalho de employer branding. “Ninguém melhor que o empregado para promover a empresa, falando do trabalho para os conhecidos e em rodas de bar”, conta.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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