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Celular consome até 1h30 do trabalhador

Publicado sábado, 21 de maio de 2016 às 16:25 h | Autor: Renato Alban
Charge celular no trabalho
Charge celular no trabalho -

De uma demissão por justa causa a uma ação trabalhista por abuso de poder, as tensões causadas pelo uso de celular no trabalho entre funcionários e chefes podem ser evitadas por regras de utilização do aparelho no expediente.

Segundo pesquisa da Universidade Metodista de São Paulo, um em cada cinco profissionais perde até 15 minutos  por hora durante o expediente no celular. O que resulta em um desperdício de uma hora e meia por dia para jornadas de seis horas diárias.

O profissional que se distrai com frequência pelo uso de celular e que, mesmo depois de ser notificado, persiste no erro pode sofrer uma demissão por justa causa.

Já aquele que é proibido de usar o celular no expediente e que não tem outra forma de comunicação fornecida pela empresa para urgências pode processar os chefes por abuso de poder.

Para evitar essas situações, as especialistas de recursos humanos (RH) ouvidos por A TARDE recomendam que as empresas criem normas e contem com o bom senso da equipe na utilização do celular.

Metas e objetivos

O uso do celular não significa necessariamente queda na produtividade. "A orientação é ver o resultado", diz Edneide Lima, gerente de estágio e novos talentos do IEL. Para ela, a cobrança deve ser por produção, com estabelecimento de metas e objetivos.

"Ao mesmo tempo em que o uso exagerado prejudica a imagem das pessoas, o celular pode auxiliar as atividades. As empresas têm que trabalhar o bom senso das pessoas para que a utilização seja focada no ganho", afirma Edneide.

Ou seja, nada de tirar fotos de colegas no trabalho, mandar piadas para grupos online da equipe ou checar as redes sociais para fins pessoais durante o expediente. O uso do celular deve ser sempre para otimizar o trabalho.

Para a especialista em RH Francis Dias, as empresas devem incentivar a utilização consciente do aparelho, com ações de comunicação internas, como workshops, e-mails marketing ou mensagens pela intranet.

A especialista afirma também que os líderes devem dar o exemplo do bom uso, utilizando o aparelho exclusivamente para executar tarefas e se comunicar com a equipe.

É função deles também gerir grupos em aplicativos de conversa. "É o líder que adiciona e tira pessoas, que determina as regras e que vai no individual conversar se alguém fizer comentário inadequado".

Proibição é perigosa

Tanto Francis quanto Edneide consideram a proibição do uso uma medida radical. Em casos assim, a chefia pode ficar com a marca de uma gestão impositiva e que não ouve os funcionários, segundo a gerente do IEL.

Esse veto é comum em empresas de telemarketing e tem causado insatisfação nos funcionários. "Os funcionários chegam a esconder o celular no corpo", diz Sandra Helena Dias, representante sindical dos trabalhadores do setor.

As empresas de telemarketing alegam que proíbem o aparelho no expediente por sigilo da informação.

De acordo com o advogado trabalhista André Sturaro, a proibição pode ser considerada abusiva se o empregador não oferecer outras formas de contato para a equipe. "Não pode deixar o funcionário incomunicável".

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