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Internet cria 57 mil vagas em três anos

Publicado domingo, 21 de junho de 2015 às 17:54 h | Autor: Gilson Jorge
Moara Rocha
Moara Rocha -

Uma pesquisa publicada esta semana pela Associação Brasileira de Internet (Abranet) indica que, em meio à crise, mais de 57 mil postos de trabalho foram criados em todo o país ao longo  dos últimos três anos em função de atividades ligadas à rede mundial de computadores. Na Bahia, empreendedores estão aproveitando a rede para criar novas formas de fazer negócios.

O estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), responsável pelo "Impostômetro", que mede o quanto os brasileiros pagam de imposto ao longo do ano, levou em conta os dados de criação de empregos em empresas de internet, tecnologia da informação, provedores, servidores, portais e startups, após a aprovação da Lei 12.546, que desonerou a folha de pagamento no setor.

"Estamos torcendo para que o Congresso mantenha as regras atuais e não haja um retrocesso na abertura de vagas", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Internet (Abranet), Eduardo Parajo.

Não há números sobre a força de trabalho online na Bahia, mas boas ideias de gente da terra que foram parar no mundo virtual estão gerando oportunidades de trabalho para mentes criativas.

Atriz por formação e criadora da produtora Mais Um Filmes, Moara Rocha está usando o humor para conseguir chamar a atenção de anunciantes para os vídeos que coloca na internet através do YouTube, juntamente com o sócio Deo Ribeiro.

"Estamos apostando em product placement para conseguir anunciantes", explica Moara, referindo-se a um modelo de marketing indireto em que ninguém menciona explicitamente uma marca, mas a sua simples aparição em cena numa situação corriqueira traz visibilidade ao produto.

É o recurso que foi usado, por exemplo, por uma famosa marca de cachaça que queria aumentar a sua presença nos Estados Unidos. Durante um episódio da popular série de TV The Big Brother Theory, a personagem Penny, que usualmente consome bebidas alcoólicas em seu apartamento, aparece preparando um drinque para seus amigos, tendo uma garrafa da referida cachaça ao seu lado.

Como argumento para conseguir anunciantes, a Mais Um Filmes apresenta os seus números. Tattoo, o mais popular dos 371 vídeos da empresa que estão no seu canal do YouTube, contava no final desta semana com 2.247.156 visualizações desde que foi lançado há um ano.  Como efeito de comparação, o vídeo Amor, do consagrado grupo Porta dos Fundos, tinha no mesmo dia  1.907.748 visualizações desde que foi lançado, há uma semana, por ocasião do Dia dos Namorados.

Negócios promissores

Moara não fala em números ainda, mas a publicação de vídeos que começou de forma amadora, em 2010, já é a atividade principal da atriz, que diariamente dedica uma média de seis horas para escrever os roteiros, gravar e cuidar da parte administrativa, como a busca de recursos.

"O mercado ainda é incipiente, mas os anos de 2013 e 2014 foram excelentes para nós", afirma Moara, que, além do sócio, conta com um elenco de seis atores. Atualmente, o grupo lança um vídeo novo a cada segunda-feira, às 10h30.

Em Feira de Santana, dois amigos chamaram a atenção do Brasil com uma proposta inovadora no país. Oferecer roteadores a estabelecimentos comerciais para que os clientes dessas empresas tenham acesso gratuito ao wi-fi. Os estabelecimentos pagam uma mensalidade que vai de R$ 109,90 a R$ 159,90, a depender do plano escolhido.

O lucro da Iainet vem da exploração de banners de publicidade a cada link que for compartilhado nas redes sociais enquanto os roteadores estiverem sendo utilizados. O que foi batizado de "pagamento social". O nome da empresa deriva da informal saudação E aí?, muito popular entre os jovens baianos.

A ideia foi considerada a segunda proposta mais promissora apresentada durante a última Campus Party, evento de tecnologia, entre as startups que figuram no Growth Stage (estágio de crescimento).

A empresa foi criada em 2013 por dois estudantes da pós-graduação em inovação tecnológica da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Fábio Barreto e André Aureliano. Com clientes em mais de 200 cidades, a empresa já pensa em expansão.

"Ainda não estamos ricos, mas já temos sete funcionários e queremos mais. Pretendemos levar o negócio para outros estados e para os outros países do Mercosul", afirma Fábio Barreto, que classifica a sua atuação na empresa como "mentor", enquanto o sócio assumiu o posto de CEO.

Cortes nos orçamento

O desempenho do setor de tecnologia da informação  (TI) na Bahia no que diz respeito à criação de vagas está seriamente afetado pelos cortes nos orçamentos dos governos federal e estadual.

"Mais de 50% das  vendas do setor na Bahia dependem das encomendas dos governos estadual e federal", afirma o presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação Regional Bahia (Assespro-BA), Urbano Motta, que prevê demissões caso a situação não se altere nos próximos meses.

Motta disse que a Assespro está planejando fazer um mapeamento do setor na Bahia, mas ainda não há previsão de quando o estudo começará a ser feito.

Para quem pretende  enveredar pelo empreendedorismo, o analista técnico do Sebrae Eduardo Garrido destaca a importância de desenvolver um plano de negócios.  "O Sebrae oferece uma gama de serviços de assistência a quem quer criar uma empresa para a internet. Mas um ponto importante é que o empreendedor precisa colocar a sua ideia para ser confrontada pelo mercado", avalia Garrido.

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