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Associação de Ilhéus produz fruto superior

Publicado quarta-feira, 01 de março de 2006 às 00:00 h | Autor: JORNAL A TARDE

Luiz Conceição



ILHÉUS (DA SUCURSAL SUL DA BAHIA) -
Na vanguarda da produção de um cacau superior, a Associação de Profissionais do Cacau Fino e Especial (Apcef) está conseguindo preços com ágio de até 25% sobre a cotação da Bolsa de Nova Iorque, valor em torno de R$ 70 por arroba. Isso tem sido possível porque os 74 agricultores que a integram cumprem um manejo mais rigoroso, o que inclui a seleção dos frutos nas roças de cacau.



O vice-presidente da Apcef, Cristinaldo Gally, informa que é exigido do associado a fermentação não alcoólica do cacau, a coleta de amêndoas de frutos maduros e uma série de outros requisitos de qualidade para atender aos gourmets chocolateiros, principalmente da Itália. No início do ano, a associação exportou dois contêineres de 20 toneladas cada um, tendo um ganho de cerca de US$ 400 por tonelada, 25% acima da cotação internacional da bolsa.



Para o diretor-geral da Ceplac, Gustavo Moura, a organização do produtor será fundamental se ele quiser preços mais competitivos e remuneradores para sua produção, quando passar a vigorar o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade da Amêndoa.



Para obter um cacau fino, há todo um manejo que começa com a colheita manual do fruto na roça, passa pelo processo de fermentação mínima de três a cinco dias, revolvimento do produto ainda no cocho, secagem em condições ideais e limpeza da amêndoa. Quando os sacos de cacau chegam aos armazéns é feita a pesagem, cheira-se a amêndoa para observar presença de fumaça, peneira-se para ver o grau de impurezas e se mede a umidade.



O gerente da empresa Amazonbahia, em Ilhéus, João Midlej, explica que a classificação dos defeitos prevê alguma tolerância, mas a presença de fumaça não é tolerada de jeito nenhum.



SAIBA MAIS



De acordo com a portaria nº 40, a amêndoa de cacau será classificada em três tipos, definidos em função dos limites de tolerância estabelecidos numa tabela elaborada pelo Ministério da Agricultura. Será classificada como fora de tipo a amêndoa de cacau que apresentar os percentuais de ocorrência de defeitos excedendo os limites máximos de tolerância estabelecidos para o tipo 3.



Limites de tolerância de defeitos por tipo (em %)




Defeito TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3



Amêndoas mofadas 3 4 10

Amêndoas ardósias 3 8 15

Amêndoas achatadas 2 3 5

Amêndoas germinadas 2 3 6

Amêndoas danificadas por inseto 2 4 6

Amêndoas quebradas 2 3 5

Impurezas 1 1,5 2

Matérias estranhas 0,1 0,2 0,3

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