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FMI: economia mundial crescerá menos de 3% em 2023

Crescimento global caiu quase pela metade no ano passado, chegando a 3,4%

Publicado quinta-feira, 06 de abril de 2023 às 16:02 h | Autor: AFP
Economia mundial viverá em 2023 um dos períodos de crescimento mais fracos das últimas décadas
Economia mundial viverá em 2023 um dos períodos de crescimento mais fracos das últimas décadas -

A economia mundial viverá em 2023 um dos períodos de crescimento mais fracos das últimas décadas, abaixo dos 3% — afirmou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

“Apesar da força dos mercados de trabalho e do gasto dos consumidores na maioria das economias avançadas, assim como da recuperação após a reabertura da China, esperamos um crescimento inferior a 3% para 2023”, disse Georgieva, em seu discurso de abertura nas reuniões de primavera (outono no Brasil) da instituição. 

A atualização anterior do relatório econômico mundial do FMI, de final de janeiro, já previa um crescimento de 2,9% em 2023, ligeiramente melhor do que as primeiras estimativas publicadas em outubro passado. 

"Com as crescentes tensões geopolíticas e uma inflação ainda alta, uma recuperação sólida continua sendo elusiva", acrescentou Georgieva na reunião em Washington, D.C. 

“Isso prejudica as perspectivas de todos, especialmente para as pessoas e países mais vulneráveis”, observou.

O crescimento global caiu quase pela metade no ano passado, chegando a 3,4%, conforme o impacto da invasão russa da Ucrânia se propagava pela economia mundial, interrompendo abruptamente a recuperação após a pandemia da covid-19. 

Embora se espere que os mercados emergentes da Ásia aumentem substancialmente a produção econômica — Índia e China serão responsáveis por metade de todo o crescimento este ano —, as boas notícias serão ofuscadas por uma desaceleração de 90% das economias avançadas do mundo. 

"O crescimento continua sendo historicamente fraco, tanto agora quanto no médio prazo", frisou Georgieva. 

A chefe do FMI acrescentou que o crescimento mundial permanecerá, provavelmente, perto de 3% nos próximos cinco anos, a menor previsão de médio prazo desde a década de 1990. 

Nesse contexto, os países de baixa renda também devem sofrer um duplo golpe, com os altos custos de endividamento e com uma diminuição na demanda de suas exportações, o que pode levar ao aumento da pobreza e da fome, de acordo com Georgieva. 

"Cerca de 15% dos países de baixa renda já estão em uma situação de estresse financeiro, e outros 45% estão próximos disso", completou, pedindo aos membros mais ricos do Fundo que façam mais para oferecer apoio.

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