EXPOSIÇÃO
Obras de Eckenberger estão em mostra no Palacete das Artes

Por Eduarda Uzêda

O artista visual argentino que era radicado no Brasil Reinaldo Eckenberger ganha nova homenagem. Desta vez com a exposição com seu nome que será aberta nesta quinta-feira, 3, às 19 horas, no Palacete das Artes, em Salvador.
A mostra, que fica em cartaz até 10 de junho, sempre de terça a sexta-feira das 13h às 19h, e sábado, domingo e feriados das 14h às 18h, expõe mais de 300 peças, que representam as diversas fases e a multiplicidade de linguagens da trajetória do artista, falecido em agosto passado aos 78 anos de idade.
Ele utilizava, entre outras técnicas, a pintura, o desenho e a colagem. Materiais como o plástico, o gesso, o pano e a porcelana, presentes em muitos bibelôs de sua coleção, também fazem parte da coleção e podem ser conferidos pelo público na mostra.
Oportunidade rara
"É uma última oportunidade de conferir o acervo de um artista singular. A maior parte das peças segue para a Coleção Treger/Saint Silvestre, no Museu Oliva Creative Factory, SJM, em Porto, Portugal", afirma o diretor do Palacete das Artes, Murilo Ribeiro, que lembra que Eckenberger doou seu trabalho ainda em vida. Durante a exposição será exibido um vídeo do argentino em seu processo laboral.
Murilo destaca a simplicidade do artista que gostava de garimpar coisas em espaços não convencionais, acrescentando que o que mais se destaca na obra de Eckenberger é seu "trabalho autoral, original, pleno de humor e ironia".
Eckenberger, que era homossexual assumido, não tinha problema com a sexualidade plural. Os falos, a lingua em riste, os peitos de fora eram apresentados em várias peças.
Curadoria
"O excesso é antes um princípio definitivo que opera em todas as fases, linguagens e suportes utilizados ao longo de uma trajetória artística reconhecida e absolutamente singular em 50 anos de atividades", afirma a curadora da exposição, Luciana Accioly, no catálogo da exposição.
"Na fase dos bonecos de trapos (1976-2000), Eckenberger demonstra mais uma vez um maior alinhamento com a arte internacional, e na esteira da pluralista arte feminista da década de 70, afinada com as políticas das diferenças, experimenta matérias-primas e técnicas artesanais e ainda traz para a ordem do dia questionamentos sobre sexualidade, corpo, gênero, erotismo, memória e infância", completa.
Quando fez 50 anos de trajetória artístico, em 2016, um anos antes de sua morte, Eckenberger, durante entrevista em A TARDE, contou que não concluiu, mas estudou arquitetura, artes plásticas e artes cênicas. Ele chegou a criar cenários, mais tarde marionetes e, depois, bonecões.
Em algumas peças, o visitante pode ver esta influência não só nos teatrinhos construídos como na dramaticidade e no gosto pelo grotesco, além da comicidade
Para a curadora, "nenhum rótulo, entretanto, é capaz de conter a irrefletida e irrefreável imaginação do artista". A exposição, realização da Trevo Produções, tem apoio do Consulado Geral da Argentina na Bahia e Casa Martín Fierro, Associação Cultural Argentino-Brasileira da Bahia.
>> Exposição Reinaldo Eckenberger / Hoje, às 19h / Visitação: ter a sex, das 13h às 19h, e sáb, dom e fer, das 14h às 18h / Até 10 de junho / Palacete das Artes / 71 3117 6987 / Rua da Graça, 284 – Graça / Entrada franca
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