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Balé Folclórico da Bahia celebra 30 anos com homenagens e programação especial

Thaís Seixas | Fotos: Wendell Wagner | Divulgação e Acervo Pessoal

Por Thaís Seixas | Fotos: Wendell Wagner | Divulgação e Acervo Pessoal

26/07/2018 - 13:43 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
Nas últimas três décadas, companhia levou a cultura da Bahia para 24 países
Nas últimas três décadas, companhia levou a cultura da Bahia para 24 países -

As quatro opções de idiomas (português, inglês, espanhol e francês) disponíveis no site oficial do Balé Folclórico da Bahia já anunciam que o grupo é um dos principais 'produtos' de exportação do estado para o mundo. Prestes a completar 30 anos de trajetória, no dia 7 de agosto, a única companhia de dança folclórica profissional do país é conhecida por expandir a cultura baiana para os quatro cantos do planeta, a partir de uma linguagem cênica que mistura as manifestações folclóricas com a realidade contemporânea.

O trabalho desenvolvido nas últimas três décadas ganha reconhecimento neste mês de aniversário. No dia 9, a companhia recebe o título de Utilidade Pública Estadual em sessão especial no Salão Nobre da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). A concessão do título é o resultado da valorização das ações sociais do Balé Folclórico, que terá acesso a recursos públicos direcionados a demandas relacionadas à comunidade. Já no dia 28, é a vez da Câmara Municipal de Salvador prestar homenagem à companhia.

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Lá em 1988, Vavá Botelho não imaginava que, um dia, a sua criação conjunta com Ninho Reis alcançaria o status de melhor companhia de dança folclórica do planeta, reconhecida pela Associação Mundial de Críticos. Segundo Botelho, que é o diretor-geral do Balé, a pretensão era se divertir, viajar e preencher o tempo. Mas, assim como a produção artística se desenvolveu, o lado social do grupo também ganhou força ao longo do tempo.

A gente lidava com um público que passava dificuldades e tinha que dar suporte. Hoje em dia, eu costumo dizer que o social é até maior do que o artístico.

“Para que as pessoas estivessem diariamente em uma sala de aula, trabalhando de forma intensa, era necessário ter comida em casa e dinheiro para o transporte. A gente lidava com um público que passava dificuldades e tinha que dar suporte. Hoje em dia, eu costumo dizer que o social é até maior do que o artístico. São mais de 700 pessoas formadas pela companhia nestes 30 anos. Pessoas que chegavam sem perspectiva e a gente dava um destino, inclusive para as famílias”, ressalta ele.

Com o passaporte carimbado em 24 países, a companhia tem seu elenco principal formado por 40 integrantes - entre dançarinos, músicos e cantores - que, durante seis horas diárias, recebem preparação técnica para dança, música, capoeira, canto e teatro. Há ainda o segundo corpo de baile, que apresenta espetáculos no Teatro Miguel Santana, no Pelourinho, onde também está localizada a sede da companhia.

Talentos

Além dos dois elencos, o projeto do Balé Folclórico contempla a escola de dança para crianças e adolescentes que, há mais de 15 anos, forma não só bailarinos, mas também cidadãos. “A gente tem uma responsabilidade social muito grande, porque tira pessoas de um lugar de risco e mostra outra perspectiva de vida. A ideia é formar o profissional não só para a companhia, mas para o mundo. Quando ele ganha o mundo, leva a companhia com ele”, explica a professora e coreógrafa Nildinha Fonseca, que também é primeira bailarina da companhia e coordenadora da escola.

Imagem ilustrativa da imagem Balé Folclórico da Bahia celebra 30 anos com homenagens e programação especial
| Foto: Acervo Pessoal
Nildinha começou como camareira e chegou ao posto de bailarina principal da companhia

Nildinha e Vavá já perderam as contas de quantos profissionais que começaram no Balé ganharam o mundo e, atualmente, fazem parte de grupos de dança renomados, entre eles Slim Melo e Durval Santos, que atuam em companhias de Nova York, nos Estados Unidos.

Ela também começou sua trajetória profissional na dança no Balé, na mesma época em que a companhia foi criada. Contratada como camareira, ela viu sua carreira mudar completamente ao substituir uma dançarina que passou mal antes durante uma turnê que circulava em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

A gente tem uma responsabilidade social muito grande, porque tira pessoas de um lugar de risco e mostra outra perspectiva de vida

“Como eu ficava muito nas coxias, aprendia muito. Quando a menina passou mal, eu disse a Vavá que poderia fazer no lugar dela, porque eu sabia o lugar de todo mundo. Eu queria dançar, e ele me disse que, seu eu estragasse o espetáculo, ia voltar no mesmo ônibus (risos). Agradeço muito a ele porque, de uma bronca, surgiu uma profissional. Quando eu pisei no palco, pensei ‘ou volto para casa ou faço acontecer’, e acabei virando a solista”, relembra ela.

Programação especial

Apesar do aniversário em agosto, a celebração pelos 30 anos do Balé Folclórico será realizada em novembro. Segundo Vavá Botelho, a programação vai contar com um espetáculo que reúne três coreografias novas e outras três que serão remontadas pela companhia. Entre as inéditas, duas já foram criadas por Slim Melo e Durval Santos, e a terceira está em processo de criação por Nildinha.

“Okan é o nome da coreografia. É uma palavra em iorubá, que significa coração. É uma obra coreográfica de pesquisa em dança de matriz africana. Meu diálogo é poético, baseados em Itans, que significam lendas, em referência aos deuses africanos. Segundo uma lenda africana, se uma mulher decidir acabar com o mundo, ela tem esse poder, é só parar de procriar. É esse poder que eu quero refletir, e questionar o real lugar da mulher, sempre retratando a força, a coragem e a valentia”, explica a coreógrafa e bailarina.

Além do espetáculo, que tem o nome provisório de “Balé que você não vê” e será apresentado no Teatro Castro Alves de 23 a 25 de novembro, o Balé Folclórico também estará em uma exposição fotográfica e histórica, que ficará aberta à visitação no foyer do mesmo teatro. A programação conta ainda com um mês de oficinas gratuitas de percussão e dança afro em 10 comunidades de Salvador.

De acordo com Vavá, o encerramento da comemoração será a exibição de um longa-metragem que conta a história da companhia. O documentário tem produção da atriz Glória Pires e já está em fase de filmagem.

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