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Fogo destrói Instituto de Química da UFBA

Publicado sábado, 21 de março de 2009 às 21:21 h | Atualizado em 22/03/2009, 16:12 | Autor: Meire Oliveira, do A TARDE

Um incêndio no Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (Ufba) causou prejuízo de milhões de reais em equipamentos de pesquisa e graduação. Uma explosão, por volta das 16 horas deste sábado, 21, no laboratório 519 (5º andar) deu início às labaredas que ainda não tinham sido debeladas até o começo da noite, pois os bombeiros não tinham espuma química, substância apropriada para este tipo de combustão. Só às 18h40 chegaram duas viaturas da Infraero e mais uma da Braskem, às 19h15, com o produto específico ao combate feito no início com água com apoio de carros-pipa da Embasa.

Os bombeiros também precisaram de ajuda dos professores que entraram no prédio para ceder máscaras e respiradores, pois a inalação dos produtos causam asfixia e destroem as vias respiratórias. Havia risco também de explosão de cilindros contendo hidrogênio e acetileno, produtos de forte potencial explosivo, chegando a 100 vezes mais que um botijão de gás de cozinha.

Desesperados, professores e alunos choravam a perda de anos de pesquisas. Raígenis da Paz Fiúza, 26 anos, não sabe se vai poder defender sua dissertação de mestrado em Engenharia Química prevista para abril. “Perdi amostras, textos e não sei o que vai acontecer”. Ele estava no laboratório 504 e com mais dois professores, dentre eles Cristina Quintela, tentou reduzir as chamas com cinco extintores. “Chamamos os bombeiros e começamos a evacuar as salas”. As dez pessoas presentes no prédio saíram ilesas.

Há suspeitas de que um forno de alta temperatura ligado ou um curto-circuito pode ter dado início a àestruição. No entanto o professor Joilson de Andrade, há mais de 30 anos no local,  afirma que falta gestão adequada. “Tem dinheiro, mas há descaso com o prédio do governo federal a direção da unidade. O local que coordeno recebe recursos na ordem de R$ 5 milhões. A manutenção é feita somente pelos grupos de pesquisa”.

Ao todo são 50 laboratórios que são requisitados por empresas com a Braskem, Ford e Petrobrás e responsáveis por 1/3 da produção científica da Bahia.

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