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Comunidade de Boipeba protesta contra megaempreendimento no local

Projeto turístico-imobiliário ameaça área de Proteção Ambiental

Publicado sábado, 11 de março de 2023 às 20:57 h | Atualizado em 11/03/2023, 20:59 | Autor: Da Redação
As obras aconteceriam numa área de Proteção Ambiental.
As obras aconteceriam numa área de Proteção Ambiental. -

Integrantes da comunidade da Ilha de Boipeba, na Bahia, estão participando de uma iniciativa que tem o objetivo de protestar contra um megaempreendimento que pode acontecer no local. Utilizando a internet, o abaixo-assinado já conta com quase 2.400 nomes. As obras aconteceriam numa área de Proteção Ambiental.

Segundo informações divulgadas no material de protesto, a empresa Mangaba Cultivo de Coco avança com um loteamento de luxo em uma área preservada de Mata Atlântica. O projeto imobiliário conta com 69 lotes, 25 casas assistidas, 2 pousadas de 25 quartos, aeroporto, uma grande estrutura náutica e um campo de golfe.

A autorização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) para as obras aconteceu na última terça-feira, 7. Ainda de acordo com o manifesto, o empreendimento na Ponta dos Castelhanos, pode ocupar uma área equivalente a 1.700 campos de futebol, correspondendo a aproximadamente 20% do território da ilha.

"Os danos causados seriam irreparáveis para o ecossistema do local, indo na contramão do turismo ecológico e sustentável. Além dos desastrosos impactos ambientais, a comunidade da Ilha de Boipeba irá sofrer por não conseguir desenvolver o seu sistema de subsistência tradicional. A pesca artesanal ficará fragilizada e inviabilizada, assim como a pequena agricultura e o extrativismo sustentável. Essas atividades, são indispensáveis para manutenção da identidade coletiva e do modo de vida dos moradores locais", disse a nota.

Em nota de repúdio, divulgada através de um documento que o Portal A TARDE teve acesso, a Mangaba Cultivo de Coco afirmou que as declarações, que vão de encontro ao megaempreendimento, "não são compatíveis com a verdade". O grupo disse também que os protestos a respeito das obras "deixam claro o desconhecimento de seus autores e disseminadores".

"É lamentável que uma iniciativa que reúne órgãos governamentais, a iniciativa privada e representantes de comunidades locais, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da região, seja atacada com declarações mentirosas", finalizou. 

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