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Saiba definir o preço do seu carro

Publicado quarta-feira, 16 de setembro de 2020 às 06:04 h | Autor: Lúcia Camargo Nunes | De São Paulo
Quilometragem e estado geral de conservação estão entre os aspectos mais importantes na precificação de veículos usados | Foto: Wagner Menezes | Hyundai
Quilometragem e estado geral de conservação estão entre os aspectos mais importantes na precificação de veículos usados | Foto: Wagner Menezes | Hyundai -

Com uma sequência de resultados positivos, o segmento de veículos seminovos e usados conseguiu em agosto atingir com as 1.264.408 unidades vendidas o desempenho de tempos pré-pandemia. Ainda que no resultado acumulado dos oito meses do ano o setor registre -26,8%, a Fenauto, federação que representa os revendedores, já anota que a maioria dos estados contabiliza este agosto com resultados superiores ao mesmo mês de 2019 (Veja abaixo lsita dos seminovos mais procurados em Salvador).

As negociações na Bahia avançaram 9,5% em agosto sobre julho, com a venda de 48.152 unidades de seminovos e usados, segundo a Fenauto. Comparando com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi ainda maior: 21,9%. Contudo, no acumulado do ano há uma retração de -8,1%, a menor dos estados do Nordeste.

Quem quer vender, comprar ou trocar de carro precisa logo de cara definir uma questão importante: o preço que vai ser sua referência. Além dos valores dos classificados, que podem variar muito, o consumidor tem às mãos tabelas de preços, que também oscilam. É preciso entender se aquela versão e acessórios valem mais ou menos, se um amassadinho pode interferir ou se a alta quilometragem pode desvalorizar seu usado.

“A precificação dos veículos usados é sempre feita levando em consideração o modelo, ano, opcionais, quilometragem e estado geral de conservação dos carros. Os lojistas já possuem uma ideia do preço de venda desses automóveis, mas de maneira geral sempre verificam a tabela Fipe, alguns classificados nacionais e regionais e até mesmo sites de revendas concorrentes, a fim de se certificar dessas informações. Porém é importante não esquecer que antes de os valores serem definidos, existem os impostos incidentes na operação e os custos fixos que a loja possui, até mesmo a comissão do vendedor”, lembra Karine Marchetti, cofundadora do Revenda Mais, plataforma online que tem soluções para facilitar a operação das lojas de veículos.

Entre os itens que “valorizam” estão manual e chave-cópia. “Quilometragem, estado geral de conservação e em algumas regiões do Brasil o estado de origem do carro também é levado em consideração. Com certeza, veículos menos rodados, com a lataria em melhores condições, são mais valorizados”, diz a cofundadora da plataforma.

A procedência do veículo é outro a ser considerado. “Existem empresas especializadas que fazem consultas e perícias veiculares, puxando todo o histórico do carro, inclusive se houve algum sinistro anterior”, indica Karine.

As avarias devem, sim, ser avaliadas. “Os consertos são realizados sempre pensando em agregar valor ao veículo, às vezes isso acaba sendo um grande diferencial de algumas lojas”, pontua Karine, que desconsidera mitos, como carro de homem ou de mulher. “Hoje esse paradigma foi quebrado, o que conta mesmo é o estado de conservação, independentemente do sexo ou idade do antigo proprietário”.

Nas lojas

De acordo com lojistas do Auto Shopping Itapoan, tabela Fipe, mídias sociais e anúncios são todos balizadores para precificar os carros. “Entre os itens que mais valorizam o seminovo estão garantia de fábrica com revisões feitas na concessionária e registros no manual. Outros quesitos: originalidade, pneus novos, interior limpo e conservado, se o carro nunca foi batido, ser único dono e ter baixa quilometragem – este é um dos pontos altos aqui, ninguém está querendo pegar carro com quilometragem alta, acima de 70 mil km”, explica Daniela Peres, diretora da Assoveba, que também é gerente-geral do Auto Shopping Itapoan.

Outro ponto que valoriza o veículo é um laudo cautelar, desde que seja aprovado. “Esse documento indica se o veículo passou por funilaria e pintura, se o serviço foi bem feito. Ou seja, pode valorizar ou desvalorizar. Carro com GNV também deprecia”, aponta Daniela. Os lojistas também são cautelosos com certas marcas. Eles indicam que algumas marcas, de cara, têm menor aceitação: Citroën, Peugeot, Chery e JAC.

Em Salvador, Daniela diz que os lojistas usam os serviços de vistoria. “No Autoshopping Itapoan usamos muito os serviços da Soltel e da Supervisão e um pouco da Dekra. Aqui é obrigatório ter o laudo cautelar aprovado para o veículo ser anunciado e exposto para comercialização”, afirma.

Autorizadas

Para Leonardo Ianegitz, diretor de operações da Dekra Brasil, empresa de vistorias, o ideal é pesquisar preços na internet de veículos na mesma condição. “Eu não indico tabelas como Fipe, Molicar, por exemplo, porque dificilmente elas refletem a realidade. Os classificados dão melhor referência”. Outro fator é a quilometragem. “Mesmo se for alta, o comprador deve verificar o programa de manutenção daquele veículo. Por exemplo, pode estar com 200 mil km, mas passou por todo processo preventivo”, avalia Ianegitz.

As concessionárias, que trabalham basicamente com seminovos, seguem a mesma cartilha. “O preço do veículo é definido pelo mercado consumidor, levando em consideração, além das características básicas (como ano/modelo, marca e motorização), o estado de conservação e baixa quilometragem”, afirma André Telles, gerente-geral de seminovos do Grupo MC, que possui as concessionárias Brune Renault e Morena Ford. “Quanto mais conservado o veículo, maior é a valorização. Eventuais reparos na pintura devem ser feitos, sim, e nunca omitir do cliente comprador essas informações. Transparência, em qualquer circunstância, é fundamental”, finaliza Telles.

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