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Boas-vindas aos clientes
As concessionárias e revendas de veículos seminovos de Salvador estão de portas abertas para o cliente desde quarta-feira passada. A nova rotina inclui protocolos com medidas de prevenção à Covid-19, que estão sendo seguidas à risca. Ainda convivendo com a sombra do medo de ser infectado, e administrando a crise econômica que está instalada, o consumidor vai voltando aos poucos.
Fechadas no dia 25 de maio, para atender ao decreto municipal que instituiu medidas de controle do avanço do novo coronavírus, as concessionárias da capital baiana abriram parcialmente no mês de maio – apenas as áreas de oficina e pós-vendas. Nesse período foram intensificadas as ações de vendas pela internet, o que se tornou um caminho sem volta.
“A venda online vai seguir junto com a venda tradicional. Na verdade, elas convergem. Cada vez mais, o cliente pesquisa, negocia e define o produto pela internet, chegando à concessionária apenas para confirmar e concretizar a compra”, pontua o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-Bahia), Raimundo Valeriano.
Ele comenta que este período de quarentena promoveu a aceleração dos processos de atendimento e vendas online e a ampliação do investimento em marketing digital. No pós-pandemia, “o que podemos prever é uma redução do número de lojas e no tamanho das concessionárias”, adianta Valeriano. Isso não apenas em decorrência da recessão econômica, mas devido às mudanças nos hábitos do consumidor.
O diretor comercial do Grupo GNC, Aurivalter Silva Junior, afirma que está ocorrendo um retorno gradual dos clientes às lojas e das vendas de veículos novos e seminovos. “O consumidor está percebendo que nós nos preparamos para atender aos protocolos de segurança estabelecidos pela prefeitura, e aos poucos vai voltando”, afirma.
Tendências
As revendas e concessionárias estão abertas no turno das 10h às 16h. Elas são obrigadas a priorizar a segurança e o distanciamento. “Nas lojas do Grupo GNC estamos cumprindo à risca: todos de máscara, clientes e colaboradores mantendo o distanciamento, álcool em gel em todas as áreas, aferição da temperatura das pessoas que entram na loja etc.”, comenta Aurivalter Junior. Na entrada, os clientes são recepcionados com álcool em gel. “Há um tapete sanitizante, para que as pessoas higienizem os sapatos antes de entrar”. Os espaços kids e áreas de alimentação foram desativados.
“A rede concessionária do pós-pandemia terá atendimento cada vez mais personalizado e digital”, comenta Aurivalter Junior, ele destaca que a quarentena está propiciando boas experiências de compra pela internet, as empresas aprimoram as ferramentas de marketing digital, e “esse é um caminho sem volta”. O Grupo GNC, um dos maiores do Nordeste, atua nos estados da Bahia, Ceará, Minas Gerais e Pará, com as marcas Chevrolet, Toyota, Volkswagen, Hyundai, Lexus, Audi, BMW, Mini, Motorrad e Volvo Cars.
O gerente da Brune Renault, Marcelo Lins, tem uma perspectiva muito otimista em relação ao pós-pandemia, tanto que não se deixa influenciar pelas previsões de desaquecimento na economia. “Teremos um crescimento ainda maior, em relação ao que vínhamos crescendo antes da pandemia. Quando todo o risco passar, as pessoas vão querer investir no transporte individual, até por uma questão de segurança. Então há tendência de aumento de vendas do carro de entrada, como o Kwid”, acredita. No entanto, ele também aposta em incremento da linha premium. “E a nossa marca tem um portfólio completo, para todas as faixas de público”.
Ele explica que o Grupo MC – formado pelas concessionárias Morena Ford e Brune Renault, em Salvador, e, em Feira de Santana, Jacuípe Fiat, Norauto Ford e Jubiabá Renault – já investia em marketing digital. “Sempre trabalhamos forte com a venda online,e a pandemia trouxe muito aprendizado, agora estamos ainda mais fortes”, afirma.
O gerente da Fiori Fiat Paralela, Francisco Sarno, explica que a concessionária trabalha com vendas digitais desde 2013. “Houve a priori uma resistência, mas desconstruímos isso com muito treinamento e demonstração de boas práticas. Com a pandemia, ficou claro, até mesmo para os mais resistentes, que é o caminho”.
Ele também enxerga um cenário positivo para as vendas de veículos e recuperação gradativa a partir deste mês. “A expectativa é vender 50% a 60% do que vendíamos antes da pandemia em junho e julho”, ressalta.
“Mantemos atendimento online de domingo a domingo, das 8h às 22h. Não podemos deixar de atender nossos clientes, principalmente porque o distanciamento será de alguma forma uma nova cultura”, resume.
Seminovos
O presidente da Assoveba (Associação dos Revendedores Independentes de Veículos do Estado da Bahia), Ari Pinheiro, afirma que muitos lojistas estão com dificuldade para comprar o termômetro digital. “Desapareceu do mercado; em muitas lojas está ocorrendo o uso do termômetro tradicional, enquanto esse produto está em falta”. Ainda assim, ele explica que as revendas de seminovos estão cumprindo o protocolo de prevenção.
Ele afirma que o período de portas fechadas foi de aprendizado para o setor. “As lojas que ainda não trabalhavam com vendas online entraram nessa onda e jamais vão sair. Esse é o presente e o futuro”, diz. Algumas revendas não tinham site ou redes sociais. “Mas agora quase 100%dos empresários já percebeu que o cliente quer fazer toda a pesquisa e negociação online. Ele quer vir na loja só para ver o carro antes de fechar negócio”.
O gerente da Guebor Seminovos, Marco Aurélio, também está certo de que o mercado de seminovos não será o mesmo. “O processo de vendas vai utilizar cada vez mais as redes sociais, os portais etc., para a geração de leads”, pontua. “Nossa expectativa é muito grande, com essa retomada, o mercado está aquecido”, diz.
