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Autos: novo Audi Q3 SUV bem-comportado
O segmento de entrada dos SUVs premium acaba de ganhar um concorrente sério: anunciado para pré-venda em 18 de novembro passado, o Audi Q3 chega oficialmente aos revendedores da marca na segunda semana de março. Focado em disputar o mercado com o BMW X1 e o Volvo XC40, o modelo desembarca no Brasil equipado com motor 1.4 (unicamente a gasolina) de 150 cv de potência e 25,1 kgfm de torque, números que chegam ao piso através das rodas dianteiras. Os preços continuam os mesmos revelados no ano passado: R$ 179.990 para a versão de entrada Prestige, R$ 189.990 para a intermediária Prestige Plus e R$ 209.990 para a topo de linha Black, que, apesar do nome, está disponível em outras cores.
O Q3 da segunda geração utiliza a plataforma MQB, já conhecida dos brasileiros através do VW Golf, e é fabricado no complexo industrial de Györ, cidade localizada 120 km a leste de Budapeste; lá está uma das maiores fábricas de motores, inclusive elétricos, da Audi. O SUV recém-chegado ao Brasil poderá ser montado na fábrica de São José dos Pinhais (PR) e abastecer o mercado latino-americano, o que justifica a adoção de um motor 1.4, já fabricado no País, em lugar do 1.5 do modelo vendido na Europa. Viabilizar essa produção significa ter uma demanda bem superior aos cerca de três mil carros que a marca espera vender no País este ano. A julgar pelas vendas dos concorrentes X1 (preço básico R$ 196.950) e XC40 (R$ 196.950) em janeiro, o objetivo é ambicioso: o primeiro vendeu 201 unidades em janeiro e o segundo, 234, o que permite projetar ao final do ano 2.400 e 2.800 novos emplacamentos, respectivamente. Nacionalizado, o Q3 teria preço reduzido e venderia bem mais.
Esportivo
Externamente, o novo Audi Q3 mostra um visual mais leve e esportivo que seu irmão mais velho: mesmo mantendo a tradicional linha de cintura alta, os ressaltos nos para-lamas dianteiros e traseiros passam esportividade e leveza a uma carroceria que tipicamente tem uma grande massa. O bloco óptico dianteiro é todo em LED e incorpora faróis de milha e luzes direcionais, num espaço bem compacto; as lanternas traseiras têm setas sequenciais, solução bonita e eficiente reservada às versões Plus e Black. A distância entre esses dois extremos mede exatos 4.484 mm, a maior entre seus concorrentes, dos quais o XC 40 é o que tem a maior distância entre eixos: 2.702 mm contra 2.680 mm do Q3 e 2.670 do X1.
Nem por isso o interior do Audi é apertado, muito pelo contrário. Na versão topo de linha os bancos dianteiros têm regulagem elétrica como item de série, nas demais apenas o do motorista; outras exclusividades do modelo com etiqueta de R$ 209.990 são rodas de aro 19", estofamento em alcântara (material sintético de textura similar à camurça), ar-condicionado de duas zonas e saídas para o compartimento traseiro e volante multifuncional revestido em couro e com arco inferior achatado. Nas três versões os passageiros do banco traseiro contam com duas portas micro USB 3.0 (aquela menorzinha) e, caso sejam apenas dois, podem contar com um descansa-braço bem resolvido, em questão de altura e funcionalidade: é amplo e tem encaixe para duas garrafas de água de meio litro.
Acelerar o Audi Q3 demanda adaptação tão importante quanto a necessária para explorar a boa tela multimídia MMI, que nas versões Prestige Plus e Black tem 8,8" e comanda um bom sistema de som. Os 150 cv do seu motor turbo 1.4 é o mais fraco em relação aos seus concorrentes, ambos de 2.000 cm³: o X1 tem 192 cv e o XC40, 190 cv. Como nos seus rivais, os freios são a disco, ventilados na dianteira e sólidos na traseira. A estabilidade e dirigibilidade destacadas e o câmbio S-tronic de seis marchas amenizam essa desvantagem, especialmente quando se descobre a maneira correta de explorar o pedal de acelerador de curso extralongo. Em resumo, seu comportamento dinâmico educado: não entusiasma, mas não decepciona. A seu favor o preço mais baixo, maior porta-malas (530 litros) e a garantia mais longa que seus concorrentes.
