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Ter ou usar o carro, eis a questão!

Publicado quarta-feira, 04 de setembro de 2019 às 00:00 h | Atualizado em 04/09/2019, 15:13 | Autor: Lúcia Camargo Nunes | Divulgação
Volkswagen Virtus é o carro mais requisitado, diz a Unidas
Volkswagen Virtus é o carro mais requisitado, diz a Unidas -

No Brasil, a assinatura de produtos e serviços já é comum. Mais recentemente, o mercado automotivo adotou o termo "assinatura" para o aluguel a longo prazo, principalmente as locadoras.

A Movida percebeu alterações de comportamento de consumo e trabalhou para atendê-las. "Há algum tempo, as locadoras eram vistas apenas como uma commodity de turismo. Mas o carro deixou de ser visto como bem para ser um serviço. Trouxemos para a locação públicos que antes não alugavam, como jovens e classe C", afirma Jamyl Jarrus, diretor-executivo da Movida. A empresa fornece carros básicos 1.0 a luxuosos e automáticos, com planos de descontos progressivos: quanto maior tempo de locação, maior desconto.

Outra locadora que entrou forte nessa segmentação é a Unidas. Pelo sistema de assinatura, o cliente escolhe modelo e cor, e a empresa adquire o veículo zero-quilômetro. O diferencial para o aluguel é que o cliente dependeria do que há em estoque, além de ser um carro já utilizado por mais pessoas. Contratos de 12, 24 ou 36 meses têm preços mais vantajosos e é possível pagar a mensalidade via boleto.

"São pessoas que valorizam a praticidade do serviço, que entendem que o conceito de usufruir nem sempre significa possuir. O carro é um passivo, é um bem que gera custos e não pode ser considerado investimento", afirma o diretor de novos negócios da Unidas, José Azevedo.

De acordo com a Unidas, o carro mais requisitado é o Volkswagen Virtus, com mensais a partir de R$ 1.319. Atualmente, a empresa dispõe de mais de 60 modelos – desde Renault Kwid, o mais acessível (a partir de R$ 959 ao mês) até Audi Q7 (a partir de R$ 13.359).

Fazendo as contas

O uso versus a propriedade envolve mudança da cultura de consumo. Do ponto de vista financeiro, Orlando Lincoln, planejador financeiro CFP da Planejar na Bahia, cita três cenários. No primeiro, o cliente compra um popular novo por R$ 46 mil, financia 100% e assume todos custos como dono. A despesa mensal será de R$ 2.583 (incluindo financiamento, serviços e depreciação). "Nessas condições faz sentido ter uma assinatura de R$ 1.500 ao mês", avalia Lincoln.

Num segundo cenário, a pessoa já possui carro e ao usá-lo como entrada na troca do novo paga financiamento menor. Ainda assim, empata com o custo por assinatura, sendo que poderia aplicar o valor do veículo que possuía.

Numa terceira situação, a pessoa compra o carro à vista. Esse montante poderia ser aplicado e a assinatura seria menos do que os custos. Aí é preciso pesar a conveniência do alugado versus o tempo com burocracia, serviços e revenda de se ter um carro.

Na ponta do lápis, a assinatura vale a pena conforme as necessidades do consumidor: praticamente pelo mesmo valor, ele pode ter um carro em seu nome com todas as despesas e tempo que demanda; ou simplesmente usar o veículo, sem outras preocupações.

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