Nissan abre estúdio de design em São Paulo | A TARDE
Atarde > Autos

Nissan abre estúdio de design em São Paulo

Publicado quarta-feira, 22 de maio de 2019 às 11:00 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Wagner Gonzalez | De São Paulo | Foto: Pedro Danthans | Divulgação e Raul Spinassé | Ag. A TARDE
Estúdio vai criar um alinhamento com programa Intelligent Mobility (“mobilidade inteligente”)
Estúdio vai criar um alinhamento com programa Intelligent Mobility (“mobilidade inteligente”) -

A globalização de marcas é um fenômeno exacerbado pela facilidade com que as notícias e tendências se espalham pelo mundo na velocidade permitida pela internet. Ainda que a padronização de objetos e tendências seja desejada do ponto de vista econômico das grandes corporações, a necessidade de respeitar valores e hábitos locais não deve ser descartada em nome do lucro.

No caso dos automóveis, esse quesito pode ser explicado de maneira clara: um modelo que venda bem nos Estados Unidos dificilmente faria sucesso entre consumidores britânicos, cairia no gosto dos chineses ou resistiria ao piso das vias públicas brasileiras.

Para explorar as possibilidades desse cenário, a Nissan acaba de abrir um estúdio de design em São Paulo com o objetivo de explorar a sinergia possível entre as culturas japonesa e latina e integrar valores dos mercados importantes para a marca.

Até recentemente a General Motors e a Volkswagen mantinham departamentos de estilo e design em suas filiais brasileiras, grupos que perderam força em função de políticas adotadas pelas respectivas matrizes, que preferiram transferir esses departamentos para outros mercados.

A minivan Chevrolet Meriva e o clássico VW SP 2 são grandes exemplos dos bons tempos desse investimento entre nós. Atualmente a FCA, que no Brasil produz as marcas Fiat e Jeep, mantém uma grande equipe nessa área e que foi responsável pelas linhas da picape Toro.

Batizado de The Box, a Nissan inaugurou em São Paulo um estúdio de design para o mercado latino americano, cuja proposta é traduzir e unificar as culturas latina e japonesa. O eixo desse laboratório criativo é pensar soluções para o futuro da mobilidade do ponto de vista do design da Nissan, em especial com seu programa Intelligent Mobility (Mobilidade Inteligente), conceito que explora não apenas formas e linhas como todo o processo de mobilidade. De acordo com John Sans, lider do estúdio, o escopo de trabalho de sua equipe vai além da concepção e formas dos veículos da marca.

The box

"O The Box reflete o nosso compromisso global com um futuro sustentável. Estamos pensando a mobilidade de uma maneira abrangente, que vai além do carro e explora as novas tecnologias que a Nissan está desenvolvendo em todo o mundo. Vamos trabalhar e pensar dentro da caixa para gerar uma mudança positiva e criativa fora da caixa".

Sahs, que é vietnamita, tem amplo conhecimento dos valores orientais: há 20 anos ele trabalha para a Nissan no Japão, país onde o tamanho da maioria dos veículos vendidos respeita os limites espaciais e os padrões das vias e o hábito dos motoristas locais. As ruas e estradas nipônicas são bem mais estreitas e infinitamente mais bem pavimentadas que as brasileiras e o comportamento dos motoristas locais é extremamente mais polido e racional que o praticado na terra brasilis.

Essa cultura de tranquilidade e serenidade é refletida no próprio ambiente do estúdio The Box: o espaço do escritório é todo aberto, sem paredes, e conta com uma área de criação onde o time trabalha integrado. Além disso, grande parte do mobiliário do estúdio foi criado pelos designers, como a escada e a mesa da sala de reunião. O projeto concebido para inspirar inclui jardim japonês e um engawa, espécie de varanda japonesa que sugere o trabalho em conexão com a natureza.

John Sahs assumiu a responsabilidade pelo design da marca na América Latina em julho do ano passado e foi apontado para o cargo por Alfonso Albaisa, vice-presidente sênior global de Design da Nissan. A equipe conta com profissionais brasileiros com experiência internacional, o que garante diversidade aos projetos. A abertura do novo estúdio faz parte da estratégia de crescimento da Nissan na região da América Latina, que completou cinco anos no mês de abril. O estúdio de São Paulo se soma aos outros centros da empresa presentes em cidades estratégicas pelo mundo, como Londres (Inglaterra), Xangai (China) e San Die.

Maior parte da frota baiana trafega sem seguro

Imagem ilustrativa da imagem Nissan abre estúdio de design em São Paulo
Obrigatório, DPVAT serve para indenizar vítimas de acidente

Por razões óbvias, alguns dos veículos que aparecem na lista dos carros mais vendidos no Brasil, a exemplo do HB20, Gol, Strada, dentre outros, estão entre os veículos mais roubados. Os bandidos preferem os modelos que podem ser comercializados rapidamente. Antes de comprar um carro, muitos consumidores costumam levar em conta essa informação, uma vez que estar entre os mais visados torna mais caro o seguro do automóvel. 

Há até mesmo os compradores que se arriscam ao trafegar sem seguro com um modelo que está entre os preferidos dos ladrões, o que representa um risco ainda maior. Cerca de 60% da frota automotiva baiana circula sem seguro, ou seja, aproximadamente 650 mil veículos, de acordo com a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg). Um número alarmante, uma vez que os roubos de carros são cada vez mais frequentes.

O alto custo do seguro, somado ao empobrecimento da população, explicam por que tantos motoristas trafegam sem seguro.

Ocorrendo acidente, nesse caso não há ressarcimento para danos materiais (reparo dos carros envolvidos) e as despesas hospitalares (caso haja ferimentos nos ocupantes ou outras pessoas) serão limitadas pelo valor do seguro obrigatório DPVAT. Esse é único seguro que todo veículo é obrigado a ter, para Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre. O DPVAT serve para indenizar pessoas vítimas de algum tipo de incidente envolvendo veículos, que tenha causado morte, invalidez ou gerado despesas médico-hospitalares.

O brasileiro não tem a cultura de fazer seguro, mais de 60% da população não têm seguro de vida, por exemplo. Porém, esse número é explicado muito mais pelas dificuldades financeiras e menos por aspectos comportamentais. 

Conversando com um motorista de aplicativo, ele me disse que sempre consultava a lista dos veículos mais roubados no Brasil, de acordo com o Índice de Veículos Roubados (IVR) da Superintendência de Seguros Privados (Susep), e a outra dos carros menos visados, antes de trocar de carro. Escolhia sempre um modelo menos atrativo para os ladrões. E acabou confessando que trafega sem seguro. O motivo? Preço alto e custo inviável para ele.

Publicações relacionadas