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Nem Etios, nem Corolla

Publicado quarta-feira, 01 de maio de 2019 às 13:34 h | Atualizado em 19/11/2021, 09:50 | Autor: Wagner Gonzalez De São Paulo
Yaris Sedã tem no consumo de combustível grande trunfo
Yaris Sedã tem no consumo de combustível grande trunfo -

A levada marqueteira da indústria automobilística de criar identidades para seus produtos lembra uma situação familiar: todos se reconhecem, mas volta e meia confundem Pedro com João. Um bom exemplo disso sobre quatro rodas é o Toyota Yaris XLS avaliado pelo caderno Autos: manobristas de estacionamento estranharam o tamanho desse Corolla e nas ruas houve quem perguntasse que versão do Etios era aquela que conduzíamos pelas ruas.

A bordo deste sedã de dimensões compactas, a sensação era bem clara e definida: o Yaris Sedã topo de linha é um bom exemplo de modelo de alta produção das fábricas japonesas: não empolga, tampouco decepciona.

Equipado com o motor 1.5 L Dual VVT-i, máquina de quatro cilindros e duplo comando de válvulas variáveis, o Yaris Sedã tem no consumo de combustível seu grande trunfo: em uma estrada de bom pavimento e trânsito regular foi possível cobrir 15,8 km/l, com gasolina, viajando sozinho e sem carga. O número despencou para menos da metade no trânsito paulistano, com etanol, mas nem assim deixou de impressionar.

Esse motor envia às rodas dianteiras a potência máxima de 110 cv/105 cv, etanol e gasolina, respectivamente e sempre a 5.600 rpm. Seu torque nominal é de 12,9 kgf-m/12,5 kgf-m a 4.000 rpm, também a etanol e gasolina, respectivamente. Tudo isso através de um câmbio CVT de seis velocidades.

Câmbio, aliás, que pode ser comandado por alavanca no centro do console – para trocas manuais desloca-se a alavanca para a esquerda –, ou por discretas borboletas atrás dos raios do volante. Ao se fazer a regulagem de altura nota-se o peso elevado do conjunto e mais claramente o comando do piloto automático, que funciona em um sistema semelhante ao de alguns carros alemães da década de 2000. O sistema de direção tem assistência elétrica de carga progressiva: fica mais leve nas manobras lentas e tornando-se mais “pesado” à medida que a velocidade aumenta.

Desempenho

Conduzir o Toyota Yaris Sedã XLS em ruas e estradas é prazeroso desde que suas pretensões ao volante fiquem longe de um desempenho entusiasmante: é um automóvel para deslocar-se com conforto e economia e uma dose de classe.

Colaboram para isso detalhes como o teto solar de comando elétrico, opções de pintura externa que escapam do trio preto-prata-branco – há opções em azul titã e vermelho sólido. O silêncio interno e o acabamento mais do que razoável reforçam tal sensação, consolidada por caprichos como acendimento automático e ajuste elétrico dos faróis, item exclusivo entre seus concorrentes diretos. O poder de iluminação dos faróis baixos, porém, poderia ser maior.

O motor com bloco e cabeçote de alumínio é dimensionado com o consumo otimizado como premissa básica, o que explica o desempenho ameno do sedã. A fábrica não divulga números, mas fontes não oficiais revelam como velocidade máxima algo em torno de 185 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em letárgicos 12 segundos.

Suas rodas de liga leve e aro 15” recebem pneus 185/60 que absorvem bem as irregularidades. Para segurança há sete air bags: dois frontais, dois laterais, dois de cortina e um para os joelhos do motorista.

Conforto interno

Ao centro do painel está uma tela de 7” - equipamento de série a partir da versão XL Plus Tech -, que oferece boa nitidez e controle de funções de rádio, MP3, para as conexões USB e Bluetooth e espelhamento de celulares.

Neste conjunto de recursos descobre-se um cenário que merece atenção da Toyota: a porta USB está instalada no porta-trecos abaixo do descansa-braço central que é revestido de plástico rígido, um verdadeiro trio elétrico antiergonômico. Pois bem, ou quase: encaixar o cabo USB na porta pode ser bastante saudável para quem precisa fazer pilates a bordo do carro, tamanha a dificuldade para conectar um ao outro.

A ausência de revestimento interno no porta provoca ruídos de moedas, chaves e outros objetos sólidos lá deixados e o descansa-braço está tão mal posicionado que serve mais como apoio de pé para os passageiros do banco traseiro. Passageiros que desfrutam de um assoalho plano, especialmente quando três pessoas se acomodam no mais que razoável espaço traseiro.

Para conseguir que o porta-malas acomodasse 475 litros de bagagem, a Toyota explorou recursos comuns a outras fábricas, como estepe de emergência, aquele conjunto roda pneu de espessura menor, e outros nem tanto, como acomodar o macaco e o triângulo de segurança embaixo dos bancos dianteiros.

Na versão XLS, o Yaris Sedã custa R$ 83.590, e nessa faixa de preço briga com o Honda City 1.5 de 116 cv (R$ 85.800 na versão topo ELX), mas que pode mudar este ano; Volkswagen Virtus 1.6 de até 117 cv (R$ 75.350, com opcionais) e Fiat Cronos 1.8 de 139 cv (R$ 76.790, com opcionais).

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