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Acabamento cru ofusca Polo 1.6

Publicado quarta-feira, 06 de dezembro de 2017 às 15:08 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Rodrigo Mora | A TARDE SP
Versão intermediária 1.6 MSI tem boa dirigibilidade mas peca nos acabamentos
Versão intermediária 1.6 MSI tem boa dirigibilidade mas peca nos acabamentos -

A posição de guiar do novo Volkswagen Polo é exemplar, mas o motorista tem que se esticar todo se quiser regular o retrovisor direito, pois não há ajuste elétrico (sequer como opcional) na versão 1.6 MSI. Partindo de R$ 54.990, também não oferece regulagem de altura e profundidade do volante – e, pior, deixa um buraco no lugar da alavanca de ajuste que dá vista para fiações e pedais, lá no fundo.

Na campanha publicitária, o novo Polo se julga um mini-Golf. Nem tanto: níveis de dirigibilidade, de segurança, de qualidade estrutural e de conforto ao rodar podem se equivaler, mas os materiais de acabamento estão em nível bem inferior aos encontrados no hatch médio. Se continuar se apresentando assim, pode queimar o filme do irmão maior.

É com esse ambiente antipático que o consumidor terá de lidar caso queira levar para casa o hatch compacto premium mais seguro e moderno da categoria. Rivais como Fiat Argo, Peugeot 208, Honda Fit e Citroën C3 podem não ter plataformas modulares de última geração, não estar alinhados à sua versão europeia ou não ter nota máxima nos testes de colisão, mas prestam um serviço melhor no quesito hospitalidade.

Imagem ilustrativa da imagem Acabamento cru ofusca Polo 1.6

Não que a versão Highline (R$ 69.190) não cometa os mesmos pecados. Mas o design e os recursos do Active Info Display (o painel de instrumentos projetado em tela de 10,2 polegadas) e do Discover Media (exibido em outra tela de 8 polegadas, com sensor de aproximação) acabam desviando os olhares dos ocupantes. Sem tantos charmes, a 1.6 MSI acaba potencializando o desaconchego interno.

A mensagem que o novo Polo transmite resvala na arrogância: "Sou bom demais para me preocupar com acabamento", é o que talvez diria, se voz tivesse.

E o Gol?

E de fato ele é bom demais. O motor 1.6 16V, de 110/117 cv (gasolina/etanol) e 16,5 kgfm de torque não anda tão bem e bebe tão pouco quanto o 1.0 TSI (128 cv e 20 kgfm), mas dá conta do recado com sobra. E o câmbio manual MQ200, de cinco marchas, parece ficar com engates ainda mais precisos e macios a cada lançamento da marca. Juntos, dão bom desempenho ao Polo, com consumo comedido (durante nossa avaliação, o computador de bordo chegou a registrar média de 13 km/l). A direção é leve e responde bem aos comandos. A suspensão é macia, sem prejudicar a estabilidade.

No fim das contas, o Polo nos faz pensar no futuro Gol, que deve chegar em 2018: se o primeiro, um compacto premium, apresenta tal nível de acabamento, o que esperar do segundo, dois degraus abaixo na hierarquia?

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