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A um passo da Fórmula 1

Publicado quarta-feira, 27 de agosto de 2008 às 15:14 h | Atualizado em 27/08/2008, 15:38 | Autor: Diego Adans do A Tarde

Sobrinho do tricampeão mundial Ayrton Senna, Bruno Senna está a um passo da categoria que consagrou e levou seu tio à condição de ídolo. Atualmente segundo colocado da Fórmula GP2, categoria de aprendizagem na qual passaram nomes como Lewis Hamilton, Nelsinho Piquet, Heikki Kovalainen e Nico Rosberg – todos titulares da principal categoria do automobilismo mundial em 2008 –, o paulista de 24 anos admitiu, estar conversando com “quatro ou cinco equipes” para estrear já em 2009.

Ele não revela quais escuderias são essas, mas a mídia internacional aponta forte interesse da BMW Sauber, da Honda, e da Toro Rosso, time capitaneado por seu amigo e ex-piloto Gerhard Berger. Uma pessoa que, de acordo com o próprio piloto, faz da amizade um motivo “para sempre lhe colocar na fogueira” justamente para evitar acusações infundadas de favorecimento. "O Berger é um cara que me cobra bastante. Ele foi a primeira pessoa que me falou que, para eu entrar na Fórmula 1, terei que ser campeão na GP2 antes. E eu concordo com isso, pois ele sempre me deu conselhos acertados e me colocou na fogueira, fazendo uma pressão boa", disse. 

Com imenso potencial de marketing, além de simpatia poucas vezes encontrada no mundo do automobilismo, Bruno possui o principal para se encaixar entre os melhores pilotos do mundo: capacidade de competir. Mesmo tendo começado a carreira tarde, depois dos 20 anos, devido ao receio da família oriundo do trágico acidente que matou Ayrton, Bruno se firmou este ano, depois de temporadas irregulares na Fórmula 3 Inglesa (terceiro colocado em 2006) e na própria GP2 (oitavo em 2007).

Ao ser questionado sobre os planos para 2009, a resposta está na ponta da língua. " Ainda tem corridas este ano que são super importantes, mas eu tenho conversado com algumas equipes de Fórmula 1, quatro ou cinco equipes de média para pequenas. É complicado entrar direto em um time como a McLaren e a Ferrari. Por enquanto ainda está difícil eu conseguir o que eu quero porque resultado é tudo no automobilismo. Acho que o que eu fizer daqui pra frente é essencial nesse sentido. Se eu ganhar o campeonato, vou ter maior poder de negociação", ressalta, alegando que dificilmente continuara na GP2. "Difícil eu ficar mais um ano na GP2, até porque não faz sentido eu ser bicampeão dessa categoria de aprendizado. Caso não dê para virar titular na Fórmula 1, ser piloto de testes é uma opção", concluiu.


Amizade: O bom relacionamento entre a família Senna e o austríaco Gehrard Berger não vem de hoje. O tricampeonato, conquistado no Japão, em 1991, revelou ao mundo um dos valores mais prezados do herói Ayrton Senna : a amizade. Berger havia assumido a pole, como companheiro de escuderia de Ayrton. O brasileiro vinha logo a seu lado, garantindo que o concorrente Nigel Mansell ficasse para trás, na segunda fila. Mansell perdeu os freios e acabou saindo pela área de escape. Senna, liderando a pontuação da temporada, já era tricampeão. Podia ter acompanhado Berger, mas ultrapassou-o, suavemente. Na última volta, o brasileiro reduziu a velocidade e deixou que Bergher vencesse sua primeira corrida na McLaren. Era uma maneira de premiar o austríaco pelo trabalho de equipe.

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